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Pai pediatra prefere separar papéis quando filhos ficam doentes


Apesar da especialidade, Jaques Sztajnbok leva crianças em outro médico.
Cardiologista e endocrinologista também contam como é a relação familiar.

Luna D'AlamaDo G1, em São Paulo
Jaques Sztajnbok (Foto: Arquivo pessoal)O pediatra Jaques Sztajnbok posa em momento de lazer na praia com o filho caçula, Daniel, de 2 anos, e na rede com o menino e a filha mais velha, Ana Beatriz, de 4. (Foto: Arquivo pessoal)

Quem tem filho pequeno sabe que, ao menor sinal de febre, dor, vômito ou diarreia, a preocupação sobe às alturas e a primeira pessoa que vem à cabeça é o pediatra. E quando o pai da criança é o próprio médico? Jaques Sztajnbok, do Hospital das Clínicas e do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, tem um casal de filhos e prefere separar os papéis.
“Um outro pediatra pode acompanhar melhor o desenvolvimento deles e dar orientações”, diz o especialista, que leva Ana Beatriz, de 4 anos, e Daniel, de 2, para se consultar com a médica Ana Escobar, do Instituto da Criança. O menor vai a cada seis meses para se pesar – tinha problema de peso baixo – e a mais velha é atendida com menos frequência.
“Algumas necessidades acabo suprindo em casa. Minha mulher também é médica, infectologista”, conta.
Sztajnbok revela que, depois de ter filhos, começou a enxergar melhor os pais das crianças de quem cuida. “Você se sensibiliza mais, sente como eles. É passar realmente para o outro lado do balcão”, define.
Relação de amizade e respeito 
E para quem pensa que rotina de médico é tão alucinada a ponto de eles nunca estarem disponíveis para os filhos, o cardiologista Bruno Caramelli, do Instituto do Coração (Incor), prova o contrário. Ele costuma fazer macarronada e pizza, entre outras especialidades, para os dois filhos adolescentes e os amigos de ambos.Piero apresenta deficit de atenção, dificuldade para lidar com emoções fortes e não modula o tom de voz, mas vive dando dicas de games para os amigos do irmão, é apaixonado pela Idade Média – 
Caramelli (Foto: Arquivo pessoal)Marco, Inês, Caramelli e Piero em passeio a um
castelo perto de Praga (Foto: Arquivo pessoal)
Caramelli é pai de Piero, de 16 anos, e Marco, de 15. Esse será o primeiro Dia dos Pais em que a família passará numa casa com jardim e piscina, depois de deixar o apartamento onde moravam.
“Me esforço para criar um ambiente agradável para os dois”, diz o médico.
Apesar de parecidos fisicamente, Marco é mais expansivo, gosta de futebol e skate, enquanto Piero prefere ficar em casa ou lugares com pouco movimento e barulho.
Aos 8 anos, ele foi diagnosticado com autismo e, desde então, os pais se empenham para manter o menino inserido no convívio social. “Temos uma relação de amizade, respeito e compreensão”, afirma o cardiologista.
o que motivou a última viagem da família, até o Castelo de Karlstejn, na República Tcheca – e tem uma inteligência e uma memória acima da média.
O adolescente lê livros em inglês e já publicou um, “O vale do dragão”, que narra a história épica de um cavaleiro no planeta Andora. Hoje, está escrevendo mais três, ao mesmo tempo, e continua a se interessar por obras infanto-juvenis.
Há um ano, junto com outros pais de crianças autistas, Caramelli e a mulher, a engenheira florestal Inês, fundaram a organização Autismo & Realidade. O casal não está mais ligado diretamente à ONG, mas Inês ainda atua na coordenação de uma rede de pais para trocar informações e experiências.
“Continua-se errando muito no diagnóstico, pois o autismo não é detectado por exame de sangue. É um conjunto de observações dos pais, médicos e professores”, diz o cardiologista.
5 vezes pai
A dias de completar 70 anos, o endocrinologista Alfredo Halpern vai comemorar o Dia dos Pais com um almoço em família. Ele é pai de cinco filhos: dois médicos, uma veterinária, um formado em hotelaria e uma menina de 6 anos, que “apenas ainda não escolheu a especialidade, mas vai ser médica”.
“Você é respeitado, ajuda as outras pessoas e ganha relativamente bem. No caso da Mariana [a caçula], a mãe também a médica [a endocrinologista Cintia Cercato], então não tem muito jeito”, diz Halpern, que está no quarto casamento.
“Quanto mais velho fico, melhor pai eu sou. Com o Rogério [o mais velho, que mora em Recife], estava construindo minha carreira, tinha mais plantão e menos contato”, lembra.
Hoje, o médico já fez vasectomia, mas diz que gostaria de ser avô. “Já sou um pai-avô, né?”
Fonte: G1
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